5ª edição destaca Gastronomia

A quinta edição da programação Na Rota das Colheitas arranca este fim-de-semana (8 a 10 agosto) com o V Arraial do Melão Casca de Carvalho e conta com 29 iniciativas a desenvolver em 16 freguesias do concelho de Vila Verde. Este ano, a componente gastronómica vai estar evidenciada, com a introdução da Festa do Sarrabulho e a Festa das Colheitas vai estender-se, pela primeira vez, por 10 dias.

Numa sessão que contou com a presença de um dos melhores produtores de Melão Casca de Carvalho de Soutelo, João Silva, com a finalidade de dar a provar o resultado de meses de trabalho, a quinta edição da programação turístico-cultural, Na Rota das Colheitas foi apresentada. Na plateia encontrava-se ainda o presidente da Associação Recreativa e Cultural de Marrancos, Abílio Ferreira, que organizará as duas atividades agendadas para o dia 16, a malhada do centeio (15h00) e a desfolhada do milho (19h00), que completam o calendário de iniciativas de agosto.

Uma das grandes novidades deste ano é a festa do Sarrabulho (8 e 9 novembro), numa freguesia que entra também no mapa da Rota, Coucieiro. “Antigamente eramos nós que desafiávamos as freguesias e associações a proporem atividades, agora a iniciativa parte delas”, explicou a vereadora da cultura de Vila Verde, Dra. Júlia Fernandes. “Esta Festa do Sarrabulho, à semelhança da Festa de Sto. Isidro que entrou na programação no ano passado, já se realizou há uns anos atrás, e ao integrar a Rota ganha um novo protagonismo”, continuou a responsável pelo pelouro da cultura.

“Imaginem o que é um rodízio de Papas de Sarrabulho?”, incitou o presidente do Município, Dr. António Vilela, congratulando-se pela novidade. E explicou em que vai consistir esta atividade: “Há várias formas de confecionar as Papas, tal como os Caldos do Pote. Há quem ponha pão, farinha ou milho. Há quem as faça mais ou menos picantes. Cada casa tem a sua forma de cozinhar Papas de Sarrabulho e é isso que vamos apreciar nesse dia”.

A outra grande novidade é a extensão da festa das Colheitas para 10 dias (3 a 12 outubro), uma decisão justificada assim, pelo presidente do Município: “Em inquéritos realizados junto dos expositores em edições anteriores, muitos referiam que no fim-de-semana, ou nos três dias conseguiram atingir bons níveis e venda e que era pena não continuarem no evento. Este ano, pelo mesmo custo, decidimos estender por dois fins-de-semana a festa para criar mais oportunidades de negócio para os expositores”.

Mas a principal razão prende-se com a vontade de fazer crescer o Festival Gastronómico, através da ampliação do seu espaço e da duração, “porque quatro dias mostravam-se escassos para experimentar todas as especialidades dos restaurantes presentes”, justificou Dra. Júlia Fernandes.

A programação contempla outras iniciativas carismáticas. Se agosto é o mês dos arraiais e de práticas agrícolas, setembro revela-se o mais denso em atividades e o apogeu das colheitas. O 1º aniversário do Museu do Linho e o fim-de-semana do Dia Mundial do Turismo (27 setembro) que conta com três festas, são os principais destaques. Outubro é o mais importante, ou não se realizasse a Festa das colheitas o das festas e em novembro a Gastronomia destaca-se entre as temáticas das atividades.

“Esta programação atinge vários propósitos, desde a promoção de um ‘modus vivendi’ antigo e que queremos preservar, até à oportunidade gerada para que os produtores possam escoar diretamente os seus produtos, nas diversas feiras e festas ao longo destes quatro meses”, referiu Dr. António Vilela. Esta mesma oportunidade se aplica aos promotores turísticos das unidades de alojamento e restaurantes.

Dra. Júlia Fernandes mencionou que “esta programação dirige-se a novos e menos novos” e explicou: “os menos novos recordam com saudade práticas antigas, em que eram ‘obrigados’ a participar quando crianças. E os mais novos veem como se fazia antigamente, os locais e os instrumentos utilizados, as ‘eiras’,…”.

No que se refere ao retorno económico, o presidente do Município referiu alguns dados: “No ano passado os restaurantes deram nota de que não tiveram capacidade de resposta para tanta procura. As unidades de alojamento também registam bons níveis de ocupação nesta altura, que terá a ver com a influência da programação. Mas acima de tudo, o que nos deixa mais satisfeitos é saber que o produtor consegue escoar todos os seus produtos e ficar com as bancas vazias”.

É o que se espera este ano em relação ao Melão Casca de Carvalho. João Silva, produtor hortofrutícola autorizado, refere que, “apesar da produção deste ano ser quase metade da do ano passado, o Melão tem melhor qualidade”, e o segredo parece ter estado no clima. Quanto ao preço “mantém-se igual ao ano passado, dado o fraco poder de compra das pessoas”. Este facto pesa par ao lado dos produtores: “acaba por ser uma cultura muito dispendiosa porque o melão é um fruto melindroso, exige cuidados quase diários e nunca poderá ser produzido em hectares vastos como outras culturas de frutos”.

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