Mar de gente em Sabariz para provar o caldo do pote




Ao final da tarde a azafama já era grande em Sabariz. O céu limpo e o sol radioso ajudaram a compor um cenário que ganhou ainda mais brilho com a moldura humana que se deslocou a Vila Verde para provar o sabor da tradição. Os produtos de época colhidos da terra pelas mãos dos agricultores locais, as fogueiras, os potes de ferro colocados diretamente sobre o lume e as mãos calejadas dos que ainda dominam uma arte ancestral. Vinte caldos diferentes, com broa, pataniscas e vinho a acompanhar. Música popular, uma feira tradicional, a exposição de fotografia do vilaverdense Luís Ribeiro e um banho de multidão, numa iniciativa que é já um marco na vida da freguesia e do concelho de Vila Verde. Assim decorreu a edição de 2015 da Festa do Caldo do Pote, que se realizou no passado sábado, 19 de setembro.


Mal o o ponteiro pequeno do relógio bateu nas 19h o caldo começou a ser servido e começaram também as primeiras filas para os caldos mais famosos. Depois foi encher tigelas noite dentro, numa tarefa que parecia interminável para os cozinheiros, que, contas feitas, acabaram por servir quase mi litros de caldo. As iguarias da boa gastronomia minhota iam aconchegando os estômagos enquanto o vinho e a música traziam aconchego para a alma. Muita animação e boa disposição num serão agradável de convívio e confraternização. No total, terão passado perto de mil e quinhentas pessoas no recinto de uma iniciativa que resulta de uma organização conjunta entre a Junta de Freguesia de Sabariz e a Associação Popular de Sabariz.

Visitantes de toda a região
A Festa do Caldo do Pote é uma das iniciativas mais emblemáticas da programação turístico-cultural Na Rota das Colheitas, muito apreciada pelo público que todos os anos adere em massa. O evento atrai visitantes de toda a Zona Norte, com principal incidência da zona do Grande Porto e do anfitrião concelho de vila verde, numa prova clara de que os vilaverdenses valorizam as suas raízes. Os caldos são feitos à moda antiga. Com produtos de época confecionados num pote de ferro que colocado diretamente sobre o lume de uma fogueira. Os visitantes mais curiosos até podem aprender in loco a confecionar os seus caldos favoritos, uma vez que, como frisa o presidente da Junta local, “é tudo feito à mão e à vista de todos, não há segredos”.

Valiosa herança cultural
Fernando Silva garante que esta tradição está de pedra e cal numa freguesia que não vai deixar os seus costumes serem varridos na poeira dos tempos e desaparecerem da memória das gentes. Aliás, é esse um dos grandes propósitos da iniciativa, promover os saberes tradicionais e as práticas ancestrais, transmitindo-os às próximas gerações de forma a preservar e proteger uma valiosa herança cultural. E é isso que vai acontecendo. Os jovens sabarizenses “gostam de ver e aprender, aos poucos já vão começando a saber fazer os caldos à moda antiga”, afirmou o autarca, sem esconder o orgulho numa atividade que começa a ganhar uma reputação sólida em toda a região. O sucesso do evento é evidente, mas a organização não quer deixar créditos por mãos alheias e está já a ser planeada uma intervenção de melhoria ao nível do piso para dotar de ainda melhores condições a próxima Festa do Caldo do Pote.

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