A tradição continua viva em Gondomar com mais uma malhada de centeio à moda antiga!
Entre as tradicionais casas de campo e de lavoura, as
dezenas de espigueiros e os milhares de hectares de natureza verdejante, a chama
da tradição continua bem viva na freguesia de Gondomar, uma das mais pitorescas
e tradicionais aldeias da nossa região. Hoje, 06 de agosto, o centeio voltou a
ser espalhado na eira para uma malhada à moda antiga. Os homens, divididos em
duas equipas de cinco ou seis elementos, brandem em uníssono o malho de madeira,
num compasso acelerado e vigoroso que quebrava o centeio dourado. Uma prova de vitalidade
e destreza que leva a um despique saudável entre as duas ‘equipas’.
Entre malhadas, tempo para matar a sede e procurar uma
sombra para fugir do sol abrasante, ainda que por apenas alguns instantes, porque
cedo regressarão ao trabalho. Durante a pausa, cabe às mulheres reorganizar as
meadas e recolher as sementes que se libertam, porque o pulsar do mundo rural
não abranda e é preciso preparar as próximas sementeiras para voltar a colher
da terra o sustento. Pelo meio, houve ainda direito a um intervalo mais
prolongado em que a alegria do folclore minhoto a tomar conta do
espaço e a contagiar a plateia vasta que acompanhava o evento. Uma tarde
convívio, de preservação e promoção da herança cultural, de transmissão às
gerações mais jovens dos saberes e dos sabores do mundo rural, que terminou com
uma generosa merenda, à boa moda do Minho.
Preservar a tradição
e projetar o futuro
Presente na iniciativa, o presidente da Câmara Municipal de
Vila Verde, António Vilela, confessou que estes momentos lhe permitem recuar
algumas décadas no tempo, até à casa de lavoura dos seus avós, onde acompanhava
bem de perto os ritmos da vida rural, desde a sementeira ao tempo das colheitas.
Uma nostalgia que não impede o edil de ter metas bem definidas e os olhos
postos no futuro. “Procuramos manter a tradição e recriar quadros do passado,
mas sem esquecer que é necessário projetar o futuro e isso passa também pela
agricultura. As práticas agrícolas modernizaram-se, mas o sector pode-se
ajustar e adaptar para melhor responder às necessidades dos mercados atuais. É
isso que temos vindo a fazer em Vila Verde e é por isso que surge hoje por todo
o concelho uma variedade de explorações modernas. Há uma grande dinâmica nesse
sentido. Ao longo dos últimos anos aprovámos inúmeros projetos agrícolas, fomos
um dos maiores concelhos em toda a região Norte nesse indicador”, afirmou.
António Vilela deixou também uma palavra de agradecimento e reconhecimento
à Junta da União de Freguesias de Aboim da Nóbrega e Gondomar pela organização
de um evento que é já um dos momentos emblemáticos da Rota, sublinhando que “é
uma terra de tradição, de onde saiu um dos maiores ícones do concelho de Vila
Verde, os Lenços de Namorados, que são hoje autênticos embaixadores da nossa
cultura no país e no mundo”. O presidente do Município de Vila Verde concluiu
recordando que este é o primeiro fim de semana de uma programação extensa de descoberta
ou reencontro com as raízes da tradição minhota, que se estende de agosto a
novembro e que abarca mais de 35 iniciativas.
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