A chama da tradição continua bem viva em Marrancos!
A freguesia de Marrancos voltou a celebrar a riqueza da
herança cultural minhota com a recriação de uma tradicional Espadelada do
Linho. A iniciativa, que teve lugar durante a tarde de ontem (3 de setembro),
serviu também para festejar o terceiro aniversário do Museu do Linho, o único
museu nacional dedicado integralmente ao ciclo do linho, desde a sementeira até
aos belos bordados que chegam às nossas casas. S. Pedro deu uma ajuda e brindou
organização e participantes com uma soalheira tarde de Verão.
A recriação da espadelada abriu as hostilidades e deu o mote
para uma viagem no tempo, que levou participantes e intervenientes a recuarem
dezenas de anos na história vilaverdense. Trajadas a preceito, com as vestes de
outrora, mais de duas dezenas de mulheres manuseavam as alfaias artesanais
utilizadas no processo de transformação da viçosa e verdejante planta do linho,
que depois da colheita ainda tem de percorrer várias etapas até chegar ao tear.
De seguida, começou o encontro de cantares tradicionais do ciclo do linho, que
contou com a participação da associação Cultural e Recreativa de Marrancos e de
grupos convidados do vizinho concelho de Ponte de Lima. Para o final da tarde
estava marcado um convívio à boa moda minhota com uma farta merenda e muita
alegria à mistura.
Visitantes de vários
continentes
Pelo meio, decorreram também algumas visitas guiadas ao
Museu do Linho, que celebrava o terceiro aniversário. As visitas foram conduzidas
pelo Sr. Abílio Ferreira, um especialista na matéria e um dos principais
responsáveis pela preservação e divulgação desta prática ancestral, que divertidamente
foi elucidando os visitantes sobre todo o ciclo do linho, desde a sementeira
até ao tear. Com três anos de existência, o Museu do Linho conta já com
milhares de visitantes vindos de vários pontos do planeta. Além de inúmeros
países europeus, já recebeu visitas da Nova Zelândia, Argélia, Israel e
Venezuela, entre outros.
Valorizar a tradição e
promover o território
Presente no local, o presidente do Município de Vila Verde
não poupou elogios à organização do evento. António Vilela felicitou o
presidente da ARC de Marrancos, Abílio Ferreira, o grande mentor do projeto e mecenas
que doou o espólio existente no museu, e a presidente da Junta da União de
Freguesias de Arcozelo e Marrancos, Anabela Fernandes, pelo afinco e
determinação na divulgação desta prática ancestral que faz parte da cultura da
nossa região. Um esforço meritório que permitiu preservar a tradição pela transmissão
destes saberes às gerações mais novas e, em simultâneo, valorizar e promover o
território.
O linho e os Lenços
de Namorados
“Hoje é um dia de particular felicidade por celebrarmos o aniversário
do Museu, que representa as nossas origens, e por participarmos numa iniciativa
de promoção da tradição e dinamização do território. Em tempos o linho foi
importante na nossa economia e hoje consegue continuar a sê-lo. Esta herança
cultural foi muito bem aproveitada e gera atratividade para o território,
mobiliza a economia e o impulsiona o desenvolvimento”, afirmou o edil,
recordando os belos bordados de linho que se faziam na região, entre os quais
se destacaram os Lenços de Namorados, que hoje são um dos maiores ícones
culturais vilaverdenses.
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