Tradição, gastronomia, artesanato e música popular no 1º dia da XVI Festa das Colheitas de Escariz S. Martinho
A XVI Festa das Colheitas de
Escariz S. Martinho (23 e 24 de setembro) já começou e apresenta um cartaz diversificado
de iniciativas que se assumem como um tributo à cultura popular e à tradição
minhota. Os visitantes não são meros espectadores e, se assim o desejarem,
podem experimentar na primeira pessoa os costumes e saberes tradicionais,
desfolhar o milho e dançar ao som da música popular, saborear um bom farnel
minhoto e participar nas cerimónias religiosas.
Ontem, 23 de setembro, decorreu o
primeiro dia do certame. As hostilidades abriram ao início da tarde, com um
cortejo etnográfico, que incluiu também um desfile de oferendas. A música
popular foi uma constante durante toda a tarde com várias atuações de um grupo
de tocadores de concertina, cavaquinho e outros instrumentos da música popular
do Minho. Pelas 16h00, começou o corte das canas de milho (que haveriam de ser
desfolhadas ao serão), numa recriação agrícola que incluiu também um farnel
minhoto. Tudo nos moldes tradicionais. Homens e mulheres trajados com as vestes
de outrora. A broa de milho cozida nos fornos a lenha, as pataniscas acabadas
de fritar e o vinho verde regional que pinta a malga e o lábio. Uma merenda
generosa e gratuitamente partilhada com todos os presentes. O pulsar do mundo
rural em toda a sua plenitude!
Decoração dos altares com arranjos de produtos agrícolas
Nota de destaque também para as
duas exposições de artesanato que abriram as portas ao público durante a tarde
de ontem. A igreja paroquial da freguesia estava deslumbrante. Os altares
decorados com ‘arranjos florais’ à moda do campo, já que as flores foram
substituídas por produtos agrícolas. Uma mostra de talento e criatividade que
anualmente atrai centenas de visitantes à freguesia de Escariz. Alguns metros
ao lado, a residência paroquial acolhe uma exposição da jovem e talentosa
artesã vilaverdense Joana Fernandes, que, apesar da tenra idade, já tem muita
experiência nestas andanças (e vários prémios no currículo) e conquistou uma
forte legião de fãs dentro e fora de portas com os seus trabalhos em cortiça.
O serão trouxe a recriação de uma prática
agrícola tradicional, a desfolhada de milho. Uma jornada de trabalho que
terminou com o merecido repasto, um farnel minhoto em que se destacam iguarias
como a sardinha assada, a broa de milho, o vinho novo e o caldo verde. De seguida,
a Festa da Concertina e dos Cantares ao Desafio criou uma onda de animação e
diversão no recinto, que cantou e dançou ao som da música popular do Minho.
Feira tradicional, gastronomia e música popular
Hoje, 24 de setembro, as atividades
começam bem cedo com a Eucaristia de Graças Pelas Colheitas, marcada para as 09h00,
a que se seguiu a bênção dos campos de Escariz. Ao final da manhã, pelas 11h30,
começou a feira das colheitas em que se destacam os produtos do campo, os
animais vivos, a doçaria caseira, o vinho verde novo e o vinho de maçã, entre muitos
outros. A gastronomia regional é outro dos grandes atrativos do evento. A tarde
de hoje, 24 de setembro, começa com a apetitosa Festa da Patanisca, que ajuda a
dar forças ao público para acompanhar o vibrante Festival de Folclore, que se
estende pela tarde. Pelo meio haverá ainda tempo para o leilão de lotes de
madeira. Às 18h00, vai decorrer o Concurso de Vinho de Maçã, uma bebida
produzida tradicionalmente pelos agricultores locais que ia compensando os anos
mais fracos de colheita vinícola.
“Um hino ao mundo rural!”
A vereadora da cultura do Município
de Vila Verde acompanhou o primeiro dia de atividades durante “um fim de semana
com várias iniciativas consolidadas na programação Na Rota das Colheitas”.
Júlia Fernandes frisou a importância deste tipo de eventos como a Festa das
Colheitas de Escariz S. Martinho, que “promove a tradição, a cultura, a
gastronomia, os usos e costumes da nossa região, é um hino ao mundo rural!”. “A
iniciativa vem crescendo de ano para ano. A população local mostra grande união
e um forte espírito de comunidade, trabalhando de forma abnegada para promover
e divulgar a sua terra. A igreja está fabulosa, como sempre. Todos os anos é
desenvolvido um trabalho de grande criatividade e são criadas autênticas obras
de arte”, afirmou Júlia Fernandes.
Valorizar a cultura e promover as potencialidades da freguesia
Por sua vez, o presidente da
União de Freguesia de Escariz S. Mamede e Escariz S. Martinho, Adelino Machado,
sublinhou que a iniciativa cumpre um duplo propósito, promover a cultura e a
tradição local, enquanto divulga e valoriza a freguesia e os seus predicados. “A
hospitalidade, o potencial agrícola, a gastronomia, a criatividade… Por esta
altura recebemos muitos visitantes. Nota-se que as pessoas gostam de contactar
com o que é mais genuíno, de saborear os produtos locais e participar nas
atividades típicas que são passadas de geração em geração. Procuram um turismo
de experiências”, referiu Adelino Machado.
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