Loureira revive malhada do feijão no próximo domingo
O
segundo fim de semana da Rota das Colheitas está a chegar e é fértil na
recriação de práticas agrícolas tradicionais. Depois da malhada de centeio
(Aboim, dia 10), chega a vez de ver a forma e a cor do feijão. De 11 a 15 de
agosto, a Loureira está em Festa com o Arraial do Emigrante e a 3ª edição da
malhada de feijão está agendada para o dia 12 de agosto (domingo), pelas 18h30. O
público não precisa de ficar apenas a assistir e, se assim o desejar, também
pode malhar e peneirar o feijão à moda antiga durante a iniciativa que vai decorrer na zona fluvial da Ponte Nova. Mais uma iniciativa integrada na
programação turístico-cultural Na Rota das Colheitas, que, de agosto a
novembro, se desdobra em dezenas de iniciativas de preservação da cultura
popular, divulgação do território e dinamização da economia local.
A
gastronomia é um dos atrativos da festa. O domingo começa com pratos bem
quentes de feijoada e, só depois, é que começa o encontro de folclore para
queimar os excessos do almoço. A seguir, a população será testemunha da
verdadeira malhada tal e qual como era feita no passado. Nem mais nem menos. Várias
pessoas, muitas de idade avançada, juntam-se e apresentam ao público a arte de
manobrar os antigos malhos de madeira. A valentia dos homens não passa ao lado
de quem observa e as mulheres, vestidas a rigor, começam a recolher o grão. Primeiro
com um ancinho ou vassoura para retirar a parte maior, depois com um crivo para
peneirar o feijão com maior minúcia. São elas também que se ocupam de dar vinho
verde aos malheiros para que o corpo se refresque de todo o trabalho árduo e do
calor intenso. Terminada a malhada, é hora de aconchegar o estômago com a
merenda generosa que os minhotos tão bem sabem fazer. O convívio faz-se diante
de uma mesa repleta com o destaque para as familiares sopas de burro cansado e
muitas cantigas de música popular.
Para
o presidente da Junta de Freguesia da Loureira, a iniciativa é uma prova viva
como a tradição não desapareceu: “não podemos deixar que a nossa história, a
nossa tradição morra...temos que mostrar às gerações mais novas como as coisas
se faziam antigamente. A malhada do feijão é uma prática agrícola que tem muito
valor para a terra”. Pedro Dias refere também que a produção da semente em
causa é feita totalmente nos terrenos da freguesia: “tudo é feito cá...penso
que isso ainda torna a atividade mais especial para a população local”. Mais
para o final, mas não com menos relevo, o autarca afirma com orgulho que “é um
gosto fazer parte da Rota das Colheitas. É um evento importante para a promoção
e dinamização da cultura tradicional de Vila Verde e fico contente por a Loureira
integrar a programação”. A malhada de
feijão decorre já no próximo domingo, dia 12 de agosto, durante o Arraial do
Emigrante, na Loureira.
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