Cabanelas fervilhou de vida durante os três dias da Agridoce – Feira de Agricultura e Doçaria!
Mais uma vez a festa da Agridoce deixou
Cabanelas em euforia. A feira de Agricultura e Doçaria encheu o largo da Igreja
com as mais variadas atividades tradicionais que garantiram momentos de grande
alvoroço e alegria. O evento decorreu no passado fim de semana, 31 de agosto a
2 setembro, com um programa cultural extenso e repleto de iniciativas
diferentes que atraíram milhares de pessoas. Este ano, o primeiro passeio de
carros clássicos foi a novidade e o cortejo etnográfico foi a atividade que
atraiu mais público.
O recinto estava composto por dezenas de
stands diversificados. Da venda de alimentos biológicos (tomates, courgettes,
beringelas...) às compotas, passando pelos bolos caseiros, artesanato e vinho
doce, entre outros, não faltavam motivos de interesse. A gastronomia era um dos
pontos fortes e havia mulheres para dar conta do recado. Umas faziam a sopa à
lavrador com potes antigos e outras confecionavam as célebres broas com
sardinhas e carne. Pelo espaço, eram muitas as pessoas que chegavam perto da
zona dos animais para venda (vacas, cavalos, galinhas, coelhos e patos, entre
outros) e que não hesitavam na hora de um registo fotográfico com os animais. A
festa é para todos e os mais novos não foram esquecidos. Os insufláveis
colocados no local fizeram as delícias da pequenada que irradiava felicidade. O jardim de bonsais e os altares da igreja paroquial ornamentados com produtos do campo foram outros dos atrativos do evento.
O
clímax da Agridoce chegou com o cortejo etnográfico
A XII edição da Feira abriu portas na
sexta-feira (31 de agosto) com a participação animada das rusgas e prosseguiu,
no sábado, com montes de iniciativas que duraram das 10h até 02h da manhã. A
manhã começou com workshops, depois vieram variadas atividades de dança, jogos
tradicionais e só terminou com a after
party com DJ. O domingo foi o dia grande e o maior destaque vai para o
cortejo etnográfico. Antes de o desfile começar, o artista Tony Costa subiu ao
palco para cantar alguns temas de música popular portuguesa. Apesar do calor
exorbitante e de as pessoas se aglomerarem na parte da sombra, o espetáculo
musical foi bem-recebido pelo público. Aliás, mais para o fim da atuação foram
vários os membros da organização que subiram ao palco para dançar e cantar com grande
entusiasmo.
Logo a seguir, veio o famoso cortejo
etnográfico que representou mais de uma dezena de profissões ancestrais e que
cativou a atenção da densa plateia. Dos mais jovens às pessoas com idade mais
avançada, o desfile contou com indumentárias tradicionais e com a presença de
diferentes instrumentos de trabalho de tempos passados. Com muito sentido de humor, as peixeiras, de
cesta na cabeça, vendiam as suas sardinhas em ‘guerra’ saudável: “A minha
sardinha é da boa, melhor que a tua! Ela só quer roubar, a minha é mais
fresquinha, mais saborosa! Venha, compre!”.
Na representação do barro, estavam três
gerações que mostraram o empenho que o material precisa para ganhar forma. O
senhor mais velho ensinava aos mais jovens como se faz a arte e contou que é uma
profissão que aprendeu desde muito cedo: “Eu já nasci a fazer barro”. “É
apaixonante fazer isto! Bem gostava que os meus filhos continuassem, mas eles
não estão para aí virados”, referiu.
Felicidade Fidalgo: “É uma
alegria estar aqui!”
A gastronomia minhota é um dos grandes
atrativos da festa. Os caldos eram confecionados à moda antiga, num pote de
ferro colocado diretamente sobre o lume de uma fogueira. O aparato atraiu
muitas pessoas e o sabor conquistou os paladares. O caldo à lavrador foi feito
pela primeira vez em Cabanelas por Felicidade Fidalgo que estava muito contente
por estar a transmitir uma tradição autêntica e genuína. Contou que a Agridoce
é uma iniciativa que mudou imenso e para melhor. “Isto começou em 1999, com um
tolde de plástico, à chuva, ao vento, uma coisa muito pequenina. Queríamos obras,
porque estava tudo a cair! Hoje, sentimos que é uma festa grande...é uma
alegria estar aqui”, conclui Felicidade Fidalgo.
A
brincar se perpetua a cultura minhota
Presente no local, o Presidente do
Município de Vila Verde referiu que a Feira Agridoce “foi uma ótima maneira de
começar o mês de setembro”. António
Vilela reconheceu que a iniciativa de Cabanelas se apresenta como uma mais
valia: “Enquadra-se perfeitamente na estratégia e ajuda a construir um cartaz
Rota das Colheitas mais rico. Além disso, é uma montra de divulgação da
freguesia e ajuda a dinamizar a economia local”. A movimentação de pessoas de
diferentes idades foi nítida e isso foi algo que não passou despercebido ao
autarca.
“Os eventos são ainda mais importantes
quando envolvem diferentes gerações, é sinal que se está a transmitir a nossa
cultura. É importante ver uma criança a trabalhar o barro, a fazer cerâmica, a
pegar em instrumentos que são históricos...elas estão a brincar, mas, sem darem
por ela, estão a interiorizar o aspeto cultural”, disse António Vilela. No
entender do edil, a Agridoce está a evoluir de ano para ano e isso é algo que
orgulha a organização, “nota-se um crescimento significativo, muita qualidade, algo
que está a acontecer na Rota no geral”. A Feira de Agricultura e Doçaria foi
organizada por mais de uma centena de voluntários com o apoio da Junta de Freguesia
de Cabanelas, da Paróquia local e do apoio do Município de Vila Verde.
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