Arraial Melão Casca de Carvalho deixou o povo alegre com a música popular e a gastronomia regional!

Pela nona vez consecutiva, a freguesia de Soutelo foi palco do ‘Arraial Melão Casca de Carvalho’. Uma festa como manda a boa tradição minhota, que se insere na programação Na Rota das Colheitas, do Município de Vila Verde, e que decorreu no passado fim de semana, 10 a 12 de agosto, no Espaço Ténis. Três dias de festa que fizeram as delícias de soutelenses e visitantes e se assumiram como uma excelente receção para os muitos emigrantes que aproveitam esta altura do ano para matar saudades da terra que os viu nascer.

A organização do evento está a cargo da Junta de Freguesia de Soutelo, com o apoio de dezenas de voluntários locais. Sempre prontos a ajudar, circulavam de um lado para outro para servir o que fosse preciso, desde apresentar o encontro folclore a entregar os ‘comes e bebes’ nas várias mesas colocadas em fila no recinto. E foram-se dividindo para realizar diferentes tarefas. Enquanto as mulheres tratavam do arroz de tomate/feijão e do caldo verde, os homens dominavam o churrasco, a sardinhada e o porco no espeto. Cá fora, iam-se desdobrando entre os pedidos que não paravam de chegar e a azáfama que se vivia para lá do balcão. O voluntariado e o espírito de união manifestados pela comunidade local são de enaltecer e permitem que o arraial gere uma receita que é, posteriormente, investida nas atividades da freguesia.

Melão Casca de Carvalho foi uma das estrelas da festa

A gastronomia foi um dos grandes atrativos da iniciativa, mas não ofuscou o melão casca de casca de carvalho, uma iguaria local que desperta paixões e que foi servida vezes sem conta. Tanto na sua forma mais tradicional (fruto) como nos seus derivados, em forma de cocktail ou de doce, resultado da criatividade soutelense. O fruto, tão característico de Soutelo e do concelho de Vila Verde, mantém o sabor único e inconfundível que atrai anualmente milhares de pessoas ao concelho e foi um autêntico sucesso. Destaque ainda para as barraquinhas de artesanato e doçaria espalhadas pelo recinto, na sua maioria geridas por associações locais, que também encontram no evento uma forma de ajudar a financiar o meritório trabalho que desenvolvem durante o ano.

“O balanço é muito positivo”

Sem arredar pé do recinto durante os três dias de festa, o presidente da Junta de Freguesia de Soutelo mostra-se bastante satisfeito com a edição deste ano. “Correu tudo dentro das expetativas, o balanço é muito positivo. O sábado é sempre aquele dia que atrai mais pessoas, mas no geral a adesão foi muito boa”, avança Filipe Silva. Conta, também, a importância de o arraial integrar a Rota das Colheitas, um dos eventos populares mais cobiçados na região minhota. “Considero que é importante estarmos envolvidos na programação, até porque o espírito do Arraial encaixa perfeitamente no da Rota. É uma prática agrícola muito enraizada na nossa terra, o cultivo do Melão Casca de Carvalho, a dar o mote para um arraial como manda a boa tradição do Minho. Três dias de música popular, gastronomia regional e muita alegria”, conclui o autarca.

Três dias de festa

No que toca à programação, a primeira atuação musical ficou a cargo do grupo Sétima Vaga, que proporcionou um ambiente repleto de animação. O dia seguinte foi encabeçado pela cantora popular Maria Celeste, que levou as suas desgarradas junto ao público. Mais tarde, houve tempo para um after hours com o DJ Regy F a trabalhar na mesa de mistura para os mais jovens (e não só) se divertirem. O domingo foi o único dia com iniciativas pela manhã. Pelas 10h, realizaram-se dois passeios: um de motorizada e outro a cavalo. No primeiro, os participantes percorreram com as suas motorizadas diversos pontos da região minhota, já o segundo levou os cavaleiros à (re)descoberta da beleza natural da freguesia.

A parte da tarde foi entregue ao encontro de folclore. Com largas dezenas de pessoas a assistir, os ranchos folclóricos de Cabanelas e Lago trataram de animar a população com as danças e cantares populares.

Desgarradas e muita dança para fechar o Arraial com chave de ouro

O dia foi escurecendo, mas nem por isso as pessoas fugiram. Foram várias as que se sentaram e saborearam a boa comida e a ‘boa pinga’ do Arraial. De forma inesperada, antes de começar a atuação agendada, sobe ao palco um jovem rapaz, emigrante na América, para cantar três músicas. Depois desse breve momento, Ângelo Veloso, conhecido por Anjinho, e Diana Monteiro entram em cena com as desgarradas e cantigas bem conhecidas do público. Foram fortemente aplaudidos e conseguiram que vários elementos da plateia fossem para o centro do recinto dar um pé dança. A animação foi crescendo e no final foram imensas as pessoas que fizeram uma roda de mãos dadas, encerrando em ambiente de festa e de grande alegria mais um Arraial do Melão Casca de Carvalho.