Marrancos. Da sementeira ao tear, conheça a história do ciclo do linho!
A espadelada do linho é uma
tradição antiga e muito acarinhada em Marrancos, concelho de Vila Verde.
Assume-se como uma das mais emblemáticas recriações de práticas ancestrais que integram
a vasta programação da Rota das Colheitas, organizada pelo Município de Vila
Verde. Este ano, a iniciativa está agendada para o próximo sábado, dia 8 de
setembro, com o início marcado para as 15h30. Durante algumas horas, será recordada
a verdadeira espadelada do linho, tal e qual como se fazia em tempos passados.
Um conhecimento que se começava a extinguir nas últimas décadas do século XX e
que foi recuperado durante os anos oitenta pelo especialista e apaixonado pela
matéria, Abílio Ferreira, transmitindo-o às gerações mais novas. Hoje, os
homens e as mulheres conhecem o ciclo do linho como as palmas das próprias mãos
e já transmitem os saberes do mundo rural aos mais jovens, que também
participam ativamente na espadelada. O evento acontece na parte exterior do
Museu do Linho, um espaço cultural que tem recebido milhares de visitantes de
todo mundo durante os últimos anos e que celebra, no mesmo dia da espadelada do
linho, o 5º aniversário.
A ‘rota’ do linho
da semente ao tear
O palco estará montado e a
representação da tradição será feita dos pés à cabeça. Vestidas a rigor, cerca
de trinta mulheres serão as grandes atrizes do ciclo do linho e vão entrar em
cena com as mãos nas alfaias tradicionais. Os espectadores terão a oportunidade
de ver os vários processos artesanais de transformação da planta e, pela
primeira vez, podem também usar os trajes à moda antiga. Além disso, podem
‘meter as mãos na massa’ e trabalhar o linho com as alfaias tradicionais, uma
experiência única que vai fazer os participantes recuarem no tempo.
A iniciativa cultural inclui
também a presença dos famosos mascarados sem juízo, que proporcionarão momentos
de brincadeira com as pessoas, e das habituais visitas guiadas ao Museu do Linho, do Traje e Eco-Natural, dirigidas
pelo octogenário apaixonado pelo mundo do linho e especialista na matéria, Abílio
Ferreira. Pelas
16h30m, serão ecoados diversos cantares típicos da altura das colheitas – ‘Cantares
do Linho’ e ‘Cantares de Ontem’. Logo a seguir, pelas 17h30, toda a gente é convidada para uma merenda composta de
produtos regionais, generosamente oferecida pela organização. Terminada a recriação, chega a vez da atuação do Grupo
Folclórico de Marrancos com concertinas, danças e cantares da
terra.
“Faz
parte da nossa cultura”
Manuel Fernandes, atual
Presidente da Junta, vê esta iniciativa com bons olhos e afirma que merece todo
o apoio: “É uma mais valia para a nossa freguesia, através dela conseguirmos
levar o nome de Marrancos mais longe”. Diz também que é uma prática pouco vulgar
no país e que, por isso, deixa a população local muito orgulhosa. Divulgar a
terra, criar convívio, atrair pessoas de outros lugares e, claro, valorizar a
tradição são os grandes objetivos que autarca faz questão de mencionar, de modo
a enaltecer o evento. “Faz parte da nossa cultura, não podemos de forma alguma
deixar acabar”, remata. A recriação
da Espadelada do Linho é levada a cabo pela A.R.C. Marrancos em conjunto com a
Junta da União de Freguesias de Marrancos e Arcozelo, com a colaboração do
Município de Vila Verde.
Comentários
Enviar um comentário
Na Rota das Colheitas 2016. Obrigada pelo seu comentário.