Três dias de festa e tradição em Cabanelas com a XIII AgriDoce
Produtos agrícolas, doçaria caseira, iguarias gastronómicas, vinho doce,
artesanato, recriações de práticas ancestrais, muita música popular… Na AgriDoce
- XIII Feira de Agricultura e Doçaria não faltou nada para um verdadeiro hino
ao mundo rural e o público aderiu em massa. Milhares de pessoas visitaram
Cabanelas durante o passado fim de semana, 30 de agosto a 1 de setembro, para
uma iniciativa de tradição, cultura, convívio e muita alegria. Nota de destaque
também para as ‘obras de arte’ criadas com produtos agrícolas que ornamentaram
os altares da igreja paroquial. A AgriDoce, organizada pela freguesia de
Cabanelas e pela paróquia local, inseriu-se na programação Na Rota das
Colheitas, do Município de Vila Verde.
Os diversos stands espalhados pelo recinto permitiam aos visitantes contactar
com os genuínos saberes e sabores do mundo rural. Aos atrativos da feira
juntaram-se também várias atividades para enriquecer o programa. A animação da
música popular fez-se sentir durante os três dias de festa com o Encontro de
Rusgas, o Encontro de Folclore, a atuação de Tony Costa e o concerto do grupo
Toka e Dança. A genuína tradição do Minho também esteve em destaque, já que,
além da feira, o público ainda pôde participar numa desfolhada à moda antiga e
assistir ao cortejo etnográfico, uma demonstração das profissões, hábitos e costumes
de outrora. O programa incluiu ainda um after-party com DJ, uma Mega Aula de
Zumba, um workshop ‘Como fazer o próprio Bonsai’, um Passeio de Motorizadas
50cc e uma Eucaristia.
Estreias e regressos entre o
público
O típico bom tempo de agosto fez-se sentir durante a XIII Feira de
Agricultura e Doçaria, que foi o destino de eleição de muitas pessoas. Maria
das Dores, de Barcelos, foi a Cabanelas porque “já tinha ouvido dizer que valia
a pena”. Foi a primeira vez que marcou presença entre as milhares de pessoas
que visitaram a Agridoce, mas gostou muito, “especialmente do artesanato”. E
deixou uma promessa: “Se para o ano puder voltar, voltarei!”.
Para além de estreias, também houve regressos. Um deles foi João
Magalhães. Natural de Cabanelas, confessou que “costumava vir todos os anos,
mas infelizmente não pude vir nos últimos dois”. Este ano, regressou ao “bom
ambiente da Agridoce” para “relembrar tudo aquilo que vivi na minha infância”. E
não saiu da feira de mãos a abanar. “Já vou levar uns legumes para casa e fazer
o teste ao produto”, gracejou João Magalhães.
“Sinto uma certa nostalgia ao ver
estas recriações”
O presidente da Junta da Freguesia de Cabanelas, António Esquível Gomes,
reviveu estas tradições com um sorriso largo na cara. “Sou filho de agricultor,
vivi tudo isto nos meus tempos de infância e sinto uma certa nostalgia ao ver
estas recriações”, revelou. Contudo, o autarca afirmou que a importância da
feira “não é só reviver velhos tempos, pois também se trata de uma oportunidade
de divulgar Cabanelas e Vila Verde”.
António Esquível Gomes prosseguiu enaltecendo o trabalho dos voluntários.
“São capazes de trabalhar mais de 100 voluntários na AgriDoce. Esta feira só é
possível graças a esse trabalho voluntário que nos ajuda a manter este reviver
de tradições”, sublinhou, acrescentando que “o resultado está à vista de todos:
é um evento que atrai milhares de pessoas a Cabanelas e a Vila Verde”. A
iniciativa insere-se Na Rota das Colheitas, do Município de Vila Verde, uma
programação que mereceu fortes elogios por parte do autarca. “Juntos somos mais
fortes. É uma oportunidade que o Município nos oferece para mostrarmos a nossa
cultura, os nossos produtos, as nossas tradições e a nossa freguesia”, afirmou.
Preservar a cultura e tradição
para a posteridade
Para a vereadora da cultura do Município de Vila Verde, Júlia Fernandes,
a Agridoce é “uma feira extremamente importante para a programação Na Rota das
Colheitas”. “É um verdadeiro cartaz de visita para a freguesia de Cabanelas,
mas também para o concelho de Vila Verde. A Agridoce é uma mostra das forças da
freguesia a nível da agricultura, da doçaria e do artesanato”, reforçou Júlia Fernandes,
acrescentando que, para além disso, demonstra “uma forte união das instituições
da freguesia de Cabanelas em prol da valorização dos produtos locais”.
O cortejo etnográfico é um bom exemplo disso mesmo. “Foi muito bonito, um
trabalho extremamente bem feito. Vimos profissões, muitas das quais em desuso,
serem recriadas ao pormenor e com enorme rigor. Estas recriações permitem que
estas culturas fiquem para a posteridade”, concluiu Júlia Fernandes.
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