Festa das Colheitas de Vila Verde. Já começou a odisseia à (re)descoberta das maravilhas do mundo rural!
Começou hoje e prolonga-se até ao dia 13 de outubro uma
autêntica odisseia pelas genuínas tradições da cultura popular. Um palco de excelência
para “valorizarmos o mundo rural e os nossos produtos”, afirmou o presidente do
Município de Vila Verde, António Vilela, durante a sessão de abertura da Festa
das Colheitas - XXVIII Feira Mostra de Produtos Regionais.
O edil apontou a
agricultura, o artesanato e a gastronomia como âncoras para o desenvolvimento e
crescimento do concelho, que dão o mote para um programa amplo e diversificado
com mais de 40 iniciativas. Espetáculos de música ao vivo, recriações de
práticas ancestrais, palestras, workshops, concursos… Tudo isto e muito mais
num evento que atrai anualmente um mar de gente a Vila Verde, para viver
experiências únicas e inesquecíveis em pleno coração do Minho.
O “esforço dos agricultores e jovens empreendedores” tem sido
fundamental no crescimento acentuado da agricultura na balança comercial de
Vila Verde. “É um setor fortemente exportador. Recentemente, estive com os
responsáveis de uma unidade de produção de pequenos frutos que exportou este
ano mais de 500 toneladas, o que representa um volume de exportação muito próximo
dos dois milhões de euros”, afirmou António Vilela.
O autarca prosseguiu frisando que os produtores locais primam
pela qualidade e que a modernização de outros setores de produção (vinho,
cogumelos, kiwis, castanhas…) lhes tem rendido vários prémios e distinções. Os
investimentos captados ao nível dos fundos comunitários “estão a ser muito bem
utilizados” e o problema que agora se coloca é “conseguir mão de obra
suficiente para as explorações agrícolas”.
O genuíno pulsar do mundo rural
António Vilela concluiu recordando que a XXVIII Feira Mostra
de Produtos Regionais integra a “programação ambiciosa” Na Rota das Colheitas,
que se estende do início de agosto ao fim de novembro com dezenas de
iniciativas de valorização da tradição do mundo rural.
A sessão de abertura da Festa das Colheitas 2019 começou com a
bênção das colheitas pelo Arcipreste de Vila Verde, o padre Carlos Lopes, e
prosseguiu ao som da música popular da Rusga d’Os Amigos de Godinhaços. Terminou
com uma degustação dos chocolates artesanais da Chocolate com Pimenta, a que se
seguiu a inauguração da Festa do Cogumelo e as visitas aos 173 expositores presentes
no recinto (artesanato, gastronomia, produtos agrícolas, máquinas agrícolas,
vinho, doçaria, queijo, fumeiro…). Pelo meio, as intervenções dos três oradores.
Em Vila Verde “há dinamismo”
A cerimónia de inauguração do certame contou com a participação
da Diretora Regional de Agricultura e Pescas do Norte. Carla Alves não poupou
elogios ao trabalho desenvolvido em Vila Verde. Além de referir que é
importante “saudar e incentivar este tipo de iniciativas”, sublinhou a forte
dinâmica existente num concelho que captou, no âmbito do PDR 2020, “investimentos
na ordem dos 14 milhões de euros, com mais 700 mil para de jovens empresários
agrícolas”. “Isto mostra que há dinamismo, há projetos e há gente que quer
investir na agricultura”, reforçou.
Carla Alves vincou também que os apoios ao mundo rural devem
ser mais direcionados “para a pequena agricultura” e anunciou avanços concretos
nesse sentido. Para terem acesso a mais apoios e benefícios, devem pedir o
estatuto de agricultores familiares. “O pedido é muito simples, gratuito e pode
ser feito na hora”, junto dos serviços da Direção Regional de Agricultura e
Pescas do Norte. Com as alterações climáticas na ordem do dia, consegue-se combater
esta problemática e “diminuir os seus efeitos com uma venda mais direta, mais
local, favorecendo a venda de proximidade”.
Festa das Colheitas é “um bom exemplo”
Por sua vez, o presidente da ATAHCA (Associação de
Desenvolvimento das Terras Altas do Homem, Cávado e Ave) mostrou-se preocupado
com o despovoamento do interior. José Mota Alves apontou a Festa das Colheitas
de Vila Verde como “um bom exemplo do que se pode fazer pela promoção dos territórios
rurais”, acrescentando que é importante “promovermos os produtos locais,
valorizar o que é nosso, aquilo que temos de excelência e que nos diferencia
pela qualidade”.
Outro fator chave na valorização do território é a população.
“As pessoas. A hospitalidade, a forma de receber, a nossa cultura…”, afirmou
José Mota Alves. Por outro lado, é necessário garantir “vias de comunicação digital
à mesma velocidade que se tem na cidade”, condição fundamental para fixar os jovens
e as empresas. O presidente da ATAHCA afirmou ainda que o território tem grande
dinamismo, como comprova o facto de ter sido “o concelho do país com mais
investimento de jovens agricultores” no âmbito do PRODER. “Projetos de sucesso,
de qualidade e vivacidade. Continuamos a manter viva esta chama, em Vila Verde
e no território do Cávado, no setor agrícola, no setor florestal e no
desenvolvimento do mundo rural”, rematou.
Comentários
Enviar um comentário
Na Rota das Colheitas 2016. Obrigada pelo seu comentário.